tolstoi



Ilustração do leão Tolstoi que vai ser o autor de Dezembro na Book House :D

É pena não haver quase textos filosóficos em edição portuguesa senão aproveitava para saber um pouco mais sobre a perspectiva anárquica deste senhor.

comer animais


Na passada quinta-feira estive no lançamento do livro Comer Animais de Jonathan Safran Foer, apresentado pelo Heitor Lourenço (não fazia ideia de que este é vegetariano) no restaurante Jardim dos Sentidos (que tenho de visitar um dia destes pois gostei bastante do catering), em representação do Centro Vegetariano.

Como seria de esperar, quem lá apareceu estava na sua maioria ligado à causa vegetariana/animal. Notei a presença da Associação Vegetariana Portuguesa, a Animal e o Partido da Natureza e dos Animais, apesar de no fundo o livro acabar por ser mais direccionado para os não-vegetarianos.

Safran conta num tom pessoal as suas experiências de aderência/desistência do vegetarianismo, investigando as origens dos hábitos alimentares modernos e dos muitos mitos sobre a alimentação, passando pela realidade pouco divulgada da indústria de produção de carne. A ideia do livro não é converter ninguém ao vegetarianismo, mas sim, informar e sensibilizar quem o lê sobre a realidade por trás de algumas escolhas alimentares, de forma a que as possam tomar, com plena consciência daquilo que elas custam eticamente e da sustentabilidade (ou insustentabilidade) das mesmas.

Talvez na boleia deste lançamento, a Visão desta semana trazia um artigo sobre crianças vegetarianas, que apesar de positivo, revela os preconceitos desinformados do costume, acerca de carências alimentares e a repetição do adjectivo do costume, o fundamentalismo.

Sobre as carências, fala-se em Omega 3 e Vitamina B12. A primeira é uma falácia mesmo num regime vegan (completa ausência de produtos animais ou derivados), pois há vários frutos secos (em especial as nozes) altamente ricos no composto, que está ligado à redução do stress e ansiedade (recomenda-se suplementos desta para combater hipertensão, por exemplo).

Quanto à segunda, a questão é um pouco mais complicada, existindo muita desinformação ao redor da mesma. O que importa saber é que na realidade a Vitamina B12 não se ingere, esta é produzida por uma estirpe de bactérias E. Coli, que se alojam no intestino e a segregam como subproduto do seu metabolismo normal. Estas bactérias existem quer em animais, quer em plantas, o problema é que o uso excessivo de pesticidas e químicos na agricultura moderna acaba por eliminar as mesmas. Mais, as mesmas subsistem no organismo décadas após a sua ingestão, sendo que é durante o período de amamentação que a mãe transmite as bactérias ao seu bebé através do leite, dai que para um ovo-lacto vegetariano, exactamente por consumir lacticínios, esta não seja sequer uma preocupação.

Já para alguém com uma dieta vegan, o suplemento é essencial mas necessário muito menos vezes que poderão pensar (neste caso convém mesmo fazer testes de vez em quando para controlar). Eventualmente poderão, como alternativa, consumir Kefir alimentado com água (este é é basicamente uma bactéria/fungo que também produz B12 e tem outros benefícios para a flora intestinal)...

Daí que dizer que se deve comer carne para suprir a B12 seja cair numa falácia, pois a presença de E. Coli na carne industrial que se consome também não é propriamente normal e deve-se à contaminação da mesma durante o desmanche (literalmente os excrementos que caem sobre a peça de carne, quando no abate se fura o intestino sem querer).

Já sobre o fundamentalismo dos vegetarianos, convém lembrar que além do significado religioso, o termo "(..) passou a ser usado por outras ciências para significar uma crença irracional e exagerada, uma posição dogmática, ou até um certo fanatismo em relação a determinadas opiniões (...)". Ora nada está mais longe da atitude e forma de estar da grande maioria dos vegetarianos ou vegans (há excepções claro), que na sua opção questionaram primeiro o dogma do omnivorismo, e posteriormente pesquisaram e pensaram muito sobre tudo o que essa escolha implicava (normalmente quem desiste é por falta de informação ou de sustentação ética na escolha).

Escolher ser vegetariano é tudo menos irracional e fanático, aliás fundamentalistas serão mais rapidamente os pejorantes, que questionam a escolha individual dos outros sem nunca terem sequer questionado os seus próprios hábitos alimentares e sem qualquer argumentação lógica para censurarem a dieta alheia.

Prova disso é que quase ninguém com uma dieta dita normal, se queixa que ao almoçar com um vegetariano lhe são feitas mil perguntas, mil "avisos" ou até comentários desdenhosos, mesmo havendo razões cientificamente comprovadas para questionar o consumo excessivo de carne (cancros, colesterol, etc...) e argumentos éticos relacionados com o sofrimento e morte de seres sentientes... mas é quase impossível que um vegetariano almoce com um não vegetariano (pior ainda, com um grupo!) sem que isso aconteça...

Quem são afinal os fundamentalistas?

Podem encontrar o livro no link abaixo... garanto-vos que é bem mais interessante que a minha retórica sobre o assunto ;)
http://www.bookhouse.pt/catalogo/literatura-autores-estrangeiros_0880/comer-animais_9789722522373.aspx

era uma vez uma velhinha


Tive o privilégio de apreciar este pequeno livro editado em Portugal pela Dinalivro, baseado numa lengalenga inglesa e que ganhou o prémio de Obra-Prima na Feira de Bolonha de 2010, para o fotografar para um folheto e cartaz da Book House.

Se o quiserem comprar aproveitem que está com um desconto de natal ;)

Podem encontrá-lo aqui
http://www.bookhouse.pt/catalogo/juventude_0850/era-uma-vez-uma-velhinha_01010441.aspx

Até dá pena não ficar com ele :P

FileSpazz



Hoje vou deixar aqui uma dica para variar...

Para quem receber de um cliente um ficheiro com a indesejada terminação .cdr, ou seja, um vectorial de Corel Draw e não queira ter de instalar o Corel na máquina só para poder abrir e converter para Illustrator (ou Freehand para os mais resilientes), pode sempre usar o FileSpazz :D

Basta fazerem o upload do ficheiro, indicar o vosso e-mail, escolher o formato para o qual querem converter e alguns minutos depois terão na caixa de correio um link para o ficheiro convertido num formato mais "profissional" LOL

O site é
http://www.filespazz.com

republicaamadora

Acabei por conseguir ir à BDAmadora na passada sexta à noite, já em risco de falhar a peregrinação este ano, depois de esperar quase 1h (e largar 2€) pelo autocarro que me levaria em 10m da estação da Amadora ao Fórum Luís de Camões na Brandoa, mais uma vez lembrando-me da péssima localização do festival a nível de transportes públicos... Sim, há metro a 5m mas faz sentido para quem não tem o privilégio/sacrilégio ecológico de ter viatura própria que more na Amadora ou para lá desta, ir até Lisboa (Sete Rios) de comboio para voltar atrás?

Sinceramente, nunca hei de perceber o abandono da Fábrica da Cultura, e mesmo na Escola Intercultural achava o festival bem melhor localizado, que a sua colocação no metro da Falagueira ou a mudança (definitiva) para uma zona periférica da própria Amadora, apesar das boas intenções de um pavilhão bom, embora não propriamente adequado (basta ver que o visitante tem de usar escadas exteriores para aceder à segunda parte da exposição, num parque de estacionamento...

Sobre esta edição em si, acabou por ser bem menos interessante que as anteriores pois tornou-se mais uma exposição sobre a república, não deixando de ser interessante acaba por cair no problema de metade da exposição (ainda por cima uma metade bem menor que o costume) ser sobre caricatura do início do século e ilustração editorial e não tanto bd em si, o que poderia ser visto noutro evento.

Sei que em termos de conferências e autores houve coisas interessantes mas como de costume, não consigo visitar na melhor altura e levo sempre com os últimos dias.

A segunda metade correspondeu ao que a BDAmadora deve realmente ser, gostei especialmente no espaço Lusofonia dos trabalhos do Nuno Saraiva (já não é novidade mas ri-me com algumas pranchas mais recentes), o projecto City Stories com algumas imagens bem inspiradoras, a exposição d'A Teoria do Grão de Areia, excelente quer a nível da própria concepção expositiva (o chão da sala coberto de areia, obscuro e com objectos saídos da história, tudo complementado com uma boa sonoplastia) e uma pequena exposição Beyond Kawai, com licenciados do departamento de Anime da Faculdade de Arte da Universidade politécnica de Tóquio, que soube a pouco, principalmente porque teria gostado de ver mais pranchas da mangaka Aoi Seri (podem ver fotos do espaço se rolarem para baixo no blog da mesma).

Para não fugir à regra a zona de lojas estava já meio abandonada, sendo que entre livros de BD em edição portuguesa a preços que nem fora de Portugal são acessíveis, ou importação com demasiada taxa de lucro em cima, lá me dei por contente por trazer A Manta do Planeta Tangerina e a Malishka do Miguel Rocha.



natal



Mais um 3D, desta vez para a campanha de natal da Book House :D

Extremamente ocupado =X