algumas citações do estudo sobre a TSU

"Os impostos direitos representam cerca de 29.6%, menos 2.4 p.p. que nos países da área do euros e as contribuições sociais cerca de 26.6%, menos 4.9 p.p. que os países da área do euro. Relativamente às contribuições sociais dos empregadores contribuíram com 14.8%, menos 3.3 p.p. que nos países da área do euro."

"(...) na sequência do aumento da taxa do IVA, espera-se, no ano da implementação da medida, uma redução dos salários reais e do rendimento disponível real das famílias."

"(...) existe o risco, sobretudo no curto prazo, de os preços em alguns setores não se reduzirem, podendo acabar o benefício da redução dos custos por ser transferido para aumentos de margem de comercialização. Neste caso, o custo para a sociedade é elevado uma vez que se está a transferir poder de compra dos consumidores (em virtude do aumento dos impostos) para lucro dos produtores de bens não transacionáveis. Adicionalmente, uma redução generalizada da TSU não só tem um custo orçamental significativo, num contexto de elevada exigência em termos de consolidação orçamental, como pode ter efeitos dinâmicos perversos, na medida em que constitua um subsídio a empresas menos eficientes."

Nem é preciso dizer muito mais...

o jogo de culpas





O "Jogo de Culpas" é provavelmente das actividades humanas mais antigas que existem, desde sempre o ser humano tenta encontrar os responsáveis pelos seus infortúnios e dificuldades, sejam os deuses da natureza ou até um membro da comunidade.

Claro que encontrar responsabilidades é sempre importante, principalmente para se encontrarem soluções, o problema é quando a procura do responsável se torna o objectivo primordial, chegando mesmo a sobrepor-se à procura das soluções ou a impedir a sua implementação.

No caso dos poderes políticos este "jogo de culpas" é um dos maiores obstáculos para a resolução de muitos problemas locais e nacionais, ele é bem visível quando os diferentes departamentos de uma câmara ou pelouros de uma freguesia, esgrimem entre si a responsabilidade nos mais diversos assuntos, principalmente na ausência de uma legislação e normativas claras.

Mas também está patente no exercício da cidadania activa - principalmente porque na maioria dos casos a cidanania activa em Portugal é feita de movimentos de queixa ou maledicência - onde mesmo havendo vontade e capacidade de resolver os problemas da parte dos próprios cidadãos, essa resolução é sabotada pela maior paixão no "jogo de culpas". Parece haver mais vontade em apontar dedos aos responsáveis, que em resolver aquilo que está mal.

Obviamente os cidadãos não podem substituir-se às entidades competentes, mas muitas vezes há soluções que são mais fáceis de aplicar sem a burocracia que rege as mesmas.

Pessoalmente, se tiver uma solução nas minhas mãos, pouco me importa quem tinha responsabilidades de a ter resolvido o problema antes, o que importa no final de contas são as soluções... claro que depois dos problemas resolvidos, podem e devem haver consequências para quem tinhas as responsabilidades!