ajudas de custo



"A.C. converte um posto de trabalho que deveria ser remunerado com pelos menos o elevadissísimo Salário Mínimo nacional, num estágio sem direitos. A.C. tem milhares de empresas adeptas por todo o país, pelo que pode estar seguro que não terá denúncias nem da sua concorrência, nem feitas nos media que também utilizam A.C. a seu bel prazer. A.C. presta serviços e dá vantagens a todas as empresas, independentemente do número de empregados e da percentagem de lucros prevista no final do ano.

A vantagem do A.C. começa em si, Sr. Empresário

  • A.C. garante que o seu trabalhador fica calado ao seu canto a produzir o mesmo que qualquer trabalhador legal.
  • A.C. permite-lhe fugir às contribuições para a Segurança Social e ao pagamento dos impostos a que seria obrigado.
  • A.C. garante que o estagiário não se queixa porque além de lhe estar a fazer um favor, ainda lhe garante a subsistência.

Contacte
Milhares de Jovens Recém-Licenciados no desemprego

Num dos muitos sites de emprego portugueses que ainda não se recusam a colocar anúncios de emprego ilegais."


Ainda há poucos anos, era comum as empresas pagarem o subsídio de refeição em Ticket's Restaurant, aceites na maioria dos restaurantes, snack-bar's, tascas e cafés de esquina. Era uma forma de garantir que o trabalhador gastava o subsídio em alimentação e até se faziam campanhas para lembrar que um trabalhador bem alimentado tinha maior motivação e capacidade produtiva.

O subsídio de refeição era por isso considerado além de um "benefício social" uma mais valia para a produtividade das empresas.

Actualmente são centenas as empresas que consideram que um subsídio de refeição e as despesas de transporte (pagos debaixo da mesa ou a falsos recibos verdes) são remuneração justa e suficiente para jovens altamente qualificados, que têm maior capacidade produtiva que gerações anteriores, munidos de capacidade criativa e de iniciativa. Aquilo que para os nossos pais eram um extra, para esta geração é um "favor que nos fazem", para não termos ainda de pagar para trabalhar...




PS: Se quiserem um PDF para imprimir e colar onde quiserem é só pedir ;)

animais proibidos



Excelente infografia do Mário Cameira sobre os animais interditos a comercialização e propriedade privada segundo a nova lei.

Vejam maior em:
http://infografando.blogspot.com/2009/10/animais-proibidos.html

o coto invisível

Adam Smith, um dos pais da "economia política" ou de uma forma mais simples, do capitalismo, defendia que não era o altruísmo que lhe punha o jantar na mesa, mas sim o interesse egoísta de auto-favorecimento do agricultor, do padeiro, do cervejeiro, da cozinheira e por ai adiante, que resultava no seu manjar burguês.

Era esta vontade de auto-favorecimento que dizia ele, constituía uma "mão invisível" que resultava na melhoria das condições de vida e na prosperidade da sociedade!

Passadas algumas centenas de anos de aplicação do capitalismo, em muito com base nesta noção ingénua (ou intencionalmente maquiavélica?) e que geração após geração resultaram numa real melhoria das condições de uma parte tendencialmente mais abrangente da sociedade (embora possamos discutir que a globalização transformou a desigualdade nacional em desigualdade entre países e na prática nada mudou), chegamos a um ponto em que há uma geração em que a qualidade de vida e os direitos se prevêem diminuídos em relação à anterior, quebrando o ciclo mítico do progresso.

Podemos especular que a real causa deste cair da máscara do capitalismo neo-liberal se deve à queda do comunismo na União Soviética e na China, afinal já não existe um sistema inimigo capaz de o derrotar, para que convenha maquilhar a verdadeira cara da economia política.

A determinada altura, a benévola mão invisível foi amputada pela ganância e pelas enormes falhas de base de que a economia política sempre padeceu (a diferença ilógica entre valor real e valor especulativo e a noção feudalista da propriedade inquestionável e hereditária).

É que para infortúnio da grande maioria dos membros da sociedade, um coto invisível não é muito eficaz a agarrar na riqueza para a distribuir!

o salário mínimo



Van Zeller, presidente da CIP diz que este ano os empresários por si representados tencionam congelar o aumento do Salário Mínimo, ao contrário do que foi acordado em concertação social, segundo o qual o valor deveria aumentar este ano 25€ para os 475€ mensais.

Embora entenda a validade da argumentação apresentada, tendo em conta que assistimos a alguma deflação, sendo que isso resulta num aumento do poder de compra mesmo congelando os salários, temos de nos lembrar que somos dos países da União Europeia com um dos mais baixos salários mínimos e médios e onde há um dois maiores fossos entre remunerações de topo e de base.

Não posso (não podemos todos) é aceitar a prepotência e arrogância de um organismo que em vez de negociar um congelamento, pedindo um esforço suplementar aos trabalhadores e alguma paciência com justificação na crise internacional aos seus parceiros sociais com quem falhará o combinado, venha dizer que "ou aceitam as nossas condições ou então despedimos trabalhadores para termos os mesmos lucros".

Aceito e concordo que os trabalhadores portugueses tenham de fazer um esforço honesto para serem mais produtivos, apesar da baixa geral de salários a que assistimos nos últimos anos (o valor do trabalho interfere com a produtividade também), mas temos de exigir que os nossos empresários e empresas também trabalhem no sentido de inovar e investir mais na criação de produtos baseados na qualidade e originalidade e não a continuação da aposta num modelo de produto de baixo custo e baixo valor, que será a médio prazo uma aposta perdida face à concorrência de países onde devido à mão de obra barata, os mesmos produtos serão sempre mais concorrenciais.

Penso que da mesma forma que se deve apostar na formação e qualificação dos trabalhadores, se deve também fazer a mesma aposta dentro da classe empresarial, manifestamente pouco preparada para os desafios do mercado global e da inovação necessária à sobrevivência nestas condições.

PS: Nem vale a pena comentar acerca da indignação de ter uma sindicalista como Ministra do Trabalho e da Solidariedade, de tal forma arrogante que parece que se esqueceram que numa democracia todos os cidadãos podem ser governantes...

o valor das ideias



Agradeço ao Carlos Santos do blog O Valor da Ideias, a menção que fez deste meu humilde cantinho da blogosfera.

Fico conferido de uma maior responsabilidade em escrever mais artigos intelectualmente estimulantes para merecer o respeito de alguém que admiro como um excelente analista político.

http://ovalordasideias.blogspot.com

balack






Algumas taradices de um ilustrador francês do qual eu sou fã incondicional! LOL

Porque nem só de coisas tristes é feita a vida :P

Mais em:
http://balak01.deviantart.com

o fosso entre classes



Interessante esta análise da disparidade entre os mais ricos e os mais pobres nos vários países do mundo.

Nos países desenvolvidos ficamos logo atrás de Israel e dos EUA! Pena que não se trata de algo positivo mas sim de uma amostra da injustiça da sociedade actual. Mais uma razão para pensar que voltámos ao feudalismo, só mudaram as condições para se ser da "nobreza"...

protecção jurídica



A Justiça de Costa Motta (Assembleia da República)

Como nem só de más notícias pode ser feita a vida, talvez vos agrade saber que no seguimento da carta para a Segurança Social que aqui transcrevi, recebi hoje uma carta com o contacto do advogado designado para o meu caso, de forma a avançar com o processo.

Mais uma vez espero que este resultado vos incentive a lutarem também pelos vossos direitos!


o rendimento mínimo



Sinceramente, não sou muito dado a conferir excessiva atenção às demagogias que a direita vai veiculando através dos media, de forma a defender o seu belo sistema (bela merda na minha opinião), mais ou menos liberal mas sempre socialmente irresponsável e às vezes até mesmo malicioso.

Infelizmente, com a subida do CDS-PP nas eleições legislativas, o eterno maquinista Paulo Portas já fumegava com outra potência e decidiu durante as autárquicas, fazer um ataque sem reservas ao Rendimento Social de Inserção (rendimento mínimo), apoiado num artigo do isento e sério Correio da Manhã, que noticiava uma estimativa de que as fraudes do RSI ascendessem a 118 milhões € (isto quando a fonte mais fidedigna, a Segurança Social, fala em cerca de 14,7 milhões em ano e meio). Mais, diz portas que se fosse governo tirava o dinheiro aos fraudulentos (descobrindo quem são através do método do "um-dó-li-tá") e usá-lo-ia para aumentar as reformas dos idosos (os únicos "pobres" que votam nele), o que significaria um aumento de 10€ em cada reforma!

Como disse ao inicio, não tenho hábito de perder tempo com palhaçadas deste nível mas vejo cada vez mais pessoas que pensei de bom senso ou pelo menos avessas às ideias de extrema-direita, muito revoltadas com não só as fraudes mas com o subsídio em si. Os argumentos de Portas ficam na orelha, principalmente aquele que refere que os beneficiários são malvados e preguiçosos, que vivem às custas dos portugueses que trabalham...

Claro, que se retira premeditadamente da equação, o facto da média deste subsídio ser de 90€. Ou então o senhor Portas, com o seu apartamento "colorástico", com a sua colecção de invejável de livros (digo-o como elogio) e gosto careiro de almoçar sushi, afirma ser possível sobreviver desafogadamente e ociosamente um mês com este dinheiro (aos preços do restaurante que ele frequenta ou pede take-out, dava para 5 almoços).

Mas voltando ao cerne da questão, gostaria de lhe perguntar a ele e aos portugueses que estão obcecados com as supostas fraudes do RSI, se já fez as contas para saber quanto aumento de reformas é que seria possível pagar, com os entre 10 e 14 MIL MILHÕES DE EUROS nos quais estão estimados os valores da fuga ao fisco, todos os anos?!

Como Guterres dizia "é só fazer as contas"...

Para ajudar a perceber melhor a dimensão que separa estes dois factores (ambos negativos e nisso concordo) fiz o gráfico acima deste post para ilustrar visualmente a diferença das suas dimensões e consequentemente da sua importância. E até fui simpático, porque usei o valor hiperbólico de 180 milhões € para o RSI (acredito mais nos valores oficiais porque sei na pele, o difícil que é ter apoio da Seg. Social) e comparei com o valor mais baixo da fuga ao fisco. Se tivesse usado o valor oficial das fraudes ao RSI, mesmo mantendo os 100 mil milhões €, a barra do RSI seria um risco sem visibilidade.

Parece-me uma prova das prioridades trocadas da direita e infelizmente de muitos meus compatriotas que foram hipnotizados pelo canto da sereia, sem pensar para lá dos sound-bites. É claro, que para a direita é muito mais fácil atacar a parte mais fraca, os pobres desgraçados que têm de recorrer ao RSI, não têm geniais contabilistas, offshores à escolha e advogados maravilha para lhes garantir as falcatruas e assim o contribuinte português fica todo contente que a bandeira azul com o falo amarelo (a laranja está com bicho), lá lhes conservou melhor o dinheiro dos suados impostos.

Mas nada que espante quem vê o neo-liberalismo por aquilo que é, um feudalismo do capital em que quem tem dinheiro pode, quer e manda e onde o estado serve para controlar e reprimir as classes baixas privadas da recompensa justa da sua produção.

Penso que qualquer pessoa com bom senso condena qualquer tipo de fraude, mas fazer deste caso uma prioridade quando temos milhares de milhões de euros que não são cobrados em impostos, é no mínimo hipocrisia e no máximo crueldade, tendo em conta a quantia irrisória que poderá estar a ser desviada por cada "criminoso" e a situação social dos mesmos.

Só consigo encontrar explicação para esta situação desproporcionada, se for extremamente negativo e culpar a inveja profunda do português em relação ao que o próximo tem (mesmo que sejam tostões) e o ignorar da fuga ao fisco por ânsia de fugir também ao pagamento dos impostos. Se for este o caso está explicada o nosso fosso em relação aos resultados económicos e sociais de países nórdicos, onde o pagamento dos impostos é considerado uma obrigação e a fuga é muito mal vista (aliás toda a corrupção e nepotismo), para um país onde o chico-esperto é o herói da tasca ou do café e exemplo de superior inteligência (esperteza).

Acho que temos de aprender a ser mais solidários, éticos, cívicos, cumpridores e aprender que o dinheiro e os bens materiais são um meio e não um fim e como tal de nada servem com mal-estar social e um estado sem recursos.

Fontes:
Agência Financeira (IOL)
Jornal de Negócios

PS: Peço desculpa pelo testamento mas precisava de deitar tudo para fora...

not a nugget



Começou por ser apenas o esboço com a ideia "Pinto Mau" mas há medida que fui vectorizando comecei a achar que precisava de qualquer coisa e "I'm not a Nugget" saltou-me logo para o subconsciente.

Claro que a ideia é 0% de original desta forma mas prefiro que seja uma homenagem à campanha da PETA a ter um conceito forçado para fingir que surgiu primeiro a galinha que o ovo... e a ideia foi divertir-me um pouco num Sábado à tarde.

Podem ver a campanha da PETA aqui:
http://www.peta2.com/notanugget" target="blank"

Como extra ficam duas imagens do processo de vectorização para os mais curiosos ;)





PS: Se aparecer ai aquele meu fã que acha que não sei desenhar, até agradecia umas aulinhas... sim? Obrigado!

social media



Excelente apresentação que explica os media sociais e a forma como as empresas os dever ver/utilizar em seu benefício.

A Jerónimo Martins bem que podia distribuir isto ao marketing para ver se resolvem o imbróglio do anúncio do Pingo Doce...

Quique



Este vídeo para uma campanha viral da Diesel é das coisas mais estranho/cómicas que já vi...

Saibam mais sobre o Quique!
http://www.quiquethehead.com

sell the vatican



Se o humor não fosse tão parvinho até era ofensivo... pronto, alguns vão se ofender certamente.

E como alguém disse nos comentários, aproveitem e vendam também o Santuário de Fátima...

all gone





Este foi mais pela piada do exercício em si porque não tinha grandes esperanças.

http://www.crowdspring.com/projects/graphic_design/logo/all_gone/gallery/all_gone__3


Acho que é o último logo por enquanto, agora concentrar-me em fazer uma boa ilustração para um dos concursos de t-shirts que "andem por ai"...

secret shopping



Mais uma proposta e a julgar pelas pontuações ganha uma vez mais o melhor! LOL

http://www.crowdspring.com/projects/graphic_design/logo/secret_shopping/gallery/secret_shopping__13

jesus 2000



Vejam várias vezes, a simbologia é excelente!

lucky sponge



Uma proposta para logo da empresa Lucky Sponge...

Dizem que tem pouca legibilidade e vendo os logos que estão a pontuar mais acho que não vale a pena sequer perder muito mais tempo.

http://www.crowdspring.com/projects/graphic_design/logo_and_stationery/green_cleaning_ecommerce_startup_needs_a_fresh_logo


PS: Já conheço a oponião de alguns designers estabelecidos sobre estes concursos... sinceramente, arranjem-me outra forma de poder fazer algo próximo da minha profissão que eu paro ;)

trabalhar nos media



Só é pena estar em inglês mas é tão real que quase perde a piada!

"Pelo menos vais continuar a ter trabalhos nossos de vez em quando, ainda que a metade dos teus honorários antes de podermos usar a crise, como desculpa para te irmos ao cu!"

via Paulo Querido

o direito à justiça



Ontem recebi pela segunda vez uma cartinha da Segurança Social, a pedir-me uma declaração sob compromisso de honra a explicar os meus rendimentos e como pago as minhas "despesas", isto para me satisfazerem um pedido de Protecção Jurídica.

Como tenho um ex-colega de trabalho que fez o mesmo pedido, aceite sem este documento e tendo a mesma situação económica e social que eu, pensei que da primeira vez mo tinham pedido por ter colocado "designer" em vez de "desempregado" na profissão e não ter entregue o comprovativo do Centro de Emprego. Por isso entreguei um segundo pedido fazendo questão de o preencher a pele químico igual ao do meu colega, incluindo os documentos entregues.

Ora, ontem recebi pela segunda vez o mesmo pedido... como se explica que na mesma situação a Segurança Social trata de forma diferente dois cidadãos com os mesmos direitos?

A minha única explicação é que numa tirada "portiana" dos técnicos da SS consideram que o meu colega por morar na zona do Estoril é honesto e que eu por morar no Monte Abraão, zona rica em preguiçosos que não querem trabalhar (vulgo pobres, dos quais se destacam ciganos e imigrantes africanos) sou considerado à priori um burlão fraudulento.

Como a minha indignação não é devido aquilo que outros considerariam a devassa da vida privada, mas sim o tratamento injusto ao considerarem-me criminoso até prova em contrário (o inverso da justiça), transcrevo aqui para todos a resposta que enviei, para provar que não tenho nada a esconder...

"Exmo(a).

Venho por este meio responder ao pedido de esclarecimento em relação à minha situação actual para o efeito do pedido de Protecção Jurídica (...)

Informo que neste momento estando desempregado (como prova o comprovativo do Centro de Emprego da Amadora), não tendo qualquer bem imobiliário ou de outra ordem, não sendo herdeiro de capitais, acções, nem outros proveitos, não sendo proprietário de qualquer conta poupança, PPR ou fundo de investimento, não tendo direito a qualquer subsídio de desemprego, nem auferindo (nem sequer tendo pedido) qualquer tipo de apoio financeiro da Segurança Social ou de qualquer outra instituição de solidariedade, o meu rendimento mensal é de 0,00€.

Como referido não tenho qualquer crédito, empréstimo ou dívida perante bancos, Segurança Social, Finanças ou outra instituição, tendo até pago em Setembro o valor de cerca de 80€ em IRS relativo aos rendimentos auferidos por conta própria no ano fiscal transacto (como é minha obrigação como bom cidadão).

Como a sabedoria popular afirma, "quem não tem dinheiro não tem vícios" e como tal, vivendo de acordo com as minhas possibilidades em todos os momentos da minha vida e não tendo neste momento rendimentos, também não tenho "despesas diárias" como referido no pedido de esclarecimento. A única despesa fixa e quase obrigatória que faço todos os meses é a compra do passe CP Lisboa no valor de 21,50€, do qual necessito para me deslocar a entrevistas de emprego e para poder arejar de vez em quando para manter a minha sanidade mental.

Essa e outras despesas muito esporádicas são feitas utilizando o dinheiro do meu último honorário poupado a esforço de anorexia financeira, antes de me ver forçado a fechar actividade como designer por ter terminado o meu período de um ano de isenção de contribuição para a Segurança Social. Não tendo nem rendimentos fixos da minha actividade nem volume de negócios que permita colmatar a contribuição compulsória a que estava obrigado não tive outra solução senão o desemprego total.

Mais, informo que desde o final de 2007 não faço parte de qualquer agregado familiar, não estou numa união de facto ou em qualquer situação fiscal que obrigue a terceiros contribuírem para o meu bem estar. Dessa forma tenho a agradecer a familiares e amigos a solidariedade que me permite ter pelo menos um tecto sob o qual dormir e a alimentação que infelizmente todos os organismos vivos precisam para sobreviver. Como tal e sendo até já de uma enorme simpatia os apoios que me prestam mais não posso pedir.

Informo ainda que sou voluntário numa organização sem fins lucrativos portuguesa e sou um dos fundadores de um projecto que visa a construção de uma nova associação sem fins lucrativos para o desenvolvimento da cultura em Portugal. Mais uma vez actividades para as quais não recebo qualquer apoio e no segundo caso tenho mesmo gasto bastante dos poucos rendimentos que tenho conseguido auferir desde que terminei a minha licenciatura numa universidade pública com "distinção" e re-ingressei na vida activa.

Tendo tudo isto em conta, gostaria desta forma pedir encarecidamente que me seja concedido o meu direito à justiça previsto na Constituição da República Portuguesa desde a sua insipiência, de forma a interpor acção judicial no Tribunal do Trabalho, para obrigar o meu último empregador a pagar o mês e meio de remuneração a que se furtou (depois de me obrigar a gastar quase todas as economias em transportes e alimentação para poder trabalhar) e que está previsto como um direito inquestionável no Código do Trabalho em actualmente vigente.

Declaro sob compromisso de honra que todas as informações anteriormente cedidas são a mais pura das verdades."

Espero que quem leia este documento na Segurança Social se envergonhe de perguntar a um dos milhares de jovens portugueses que são explorados e escravizados pela nossa sociedade obcecada com o capital e as aparências, como é que estando desempregado e não sendo filho de pais ricos, nem herdeiro, se sobrevive...

PS: Aos senhores Oliveira que certamente aqui vêm espiolhar de vez em quando, escusam de ficar descansados que não serão levados à justiça, pois se me recusarem os meus direitos, tenho outras soluções, nem que tenha de varrer ruas para pagar o processo do meu bolso!

Provedoria do Precariado




Já aqui há uns meses vos tinha falado da Provedoria do Precariado, uma organização com o objectivo de denunciar ilegalidades laborais em Portugal e compilar uma "lista negra" das entidades empregadoras, capitalizando na vergonha social e má imagem empresarial, para pressionar as empresas a travarem nem que seja um pouco a exploração das pessoas.

Ao que parece hoje o site teve uma actualização massiva, como artigos pedagógicos sobre os direitos laborais e a forma de lutar pelos mesmos.

Também quero lembrar-vos que podem usar este e outros sites para fazerem as vossas denúncias de exploração laboral e desrespeito pelos direitos no trabalho, incluindo fazerem-no anonimamente.

Acho que é apoiando projectos como este, o FERVE e os Precários Inflexíveis que vamos conseguir mudar (nem que seja um pouco) o futuro desta sociedade portuguesa de falta de valores e ética no trabalho.

Visitem e divulguem!
http://provedordoprecariado.blogspot.com

não é design



Uma pequena chamada de atenção em forma de cartaz, para alguns colegas de profissão que fazem design segundo o que está na moda e os tutoriais que aparecem nas revistas ou online e que muitas vezes exibem orgulhosamente as suas peças experimentais, muitas vezes quase sem diferenças dos originais ou conteúdo.

Ora eu também gosto de experimentar com novas técnicas mas só se isso fizer sentido para o trabalho em mãos e não apenas porque é giro e vê-se muito. A ironia acaba por ser o facto de, bem vistas as coisas, apesar de ter conteúdo, este cartaz não é muito diferente dos que critica LOL

É também uma achega para aqueles que criticam a minha tendência para o minimalismo como simplismo gráfico, porque ainda não perceberam que também sei enfeitar se me apetecer...

Mais para vir :D

Entretanto podem ver maior em:
http://www.menosketiago.com/101314

escravos modernos



Venda de escravos em Roma
Jean Léone Gérôme

Já aqui manifestei várias vezes a minha antipatia pelos estágios não remunerados e sempre tive a ideia de que os mesmos além de pouco éticos, seriam dificilmente legais.

Ao lermos o Código do Trabalho, não encontramos prevista a figura do "estágio" ou de trabalhar de graça à experiência, visto que os contratos de trabalho têm um mês ou mais de "período experimental" no qual o trabalhador pode ser despedido ou despedir-se sem necessidade de justa causa. Mais, qualquer situação em que um trabalhador tenha um posto de trabalho fixo, um horário a tempo-inteiro e responda a chefias, configura uma situação de contrato de trabalho, remunerado obrigatoriamente pelo valor do Salário Mínimo em vigor no momento, logo os estágios nunca poderiam ser não remunerados...

Já nem falemos dos recibos verdes passados por pessoas que reúnem estas condições que além de constituírem uma infracção código, são considerados uma fraude à Segurança Social.

Mas até agora, esta era a minha (e de algumas pessoas que fui ouvindo) opinião e interpretação da legislação laboral.

Acontece que na semana passada ao ver os resultados das eleições no telejornal, apareceu na notícia a imagem do Facebook do candidato do PCTP-MRPP, Garcia Pereira que acontece ser um dos melhores advogados de direito do trabalho em Portugal. É claro que vi ali uma oportunidade de entrar directamente em contacto com ele e perguntar-lhe qual a legalidade dos estágios não remunerados, sendo que passo a transcrever a resposta:

"Sem me poder alongar muito na demonstração, quero-lhe dizer que considero os estágios não remunerados uma verdadeira fraude à lei e, logo, uma prática completamente ilegítima para obter mão de obra gratuita, quase escrava, muito em particular quando do que verdadeiramente se trata não é de aprendizagem com vista à inserção profissional mas a ocupação, pura e dura, de um posto de trabalho.

Aliás, tenho sempre sustentado que um dos pontos chave do Direito do Trabalho do futuro, deve ser o da protecção eficaz dos trabalhadores mais vulneráveis, muito em particular os jovens, contra diversas formas de hiper exploração, tal como os recibos verdes fraudulentos, a contratação a prazo para preencher postos de trabalho permanentes e, precisamente, os estágios mal ou mesmo nada remunerados.

Estas práticas são de todo contrárias à lei, só que o grau de ineficácia desta, em particular em Portugal, é elevadíssimo. Desde logo devido ao não funcionamento dos mecanismos e instituições encarregues de zelar pela aplicação da mesma lei, como a Inspecção Geral de Trabalho e os Tribunais de Trabalho. E assim, também neste campo, assistimos cada vez mais a que «o crime compensa»."

Acho que após lerem estas palavras fica bem claro a ilegalidade destes estágios. Agora está nas vossas mãos, divulgarem esta verdade por todos os vossos amigos e tentarem ao máximo não coadunar com práticas ética e legalmente condenáveis. Da minha parte vou tentar "pressionar" algumas pessoas que têm reais poderes na não divulgação de anúncios deste tipo de estágios.

Fórum do Garcia Pereira no Facebook:
http://www.facebook.com/topic.php?uid=130717131426&topic=12719

PS: Os estágios profissionais do IEFP e INOV são na realidade contratos de trabalho com o salário mínimo pago pela empresa e uma bolsa da responsabilidade do estado, caso se perguntem sobre a legalidade dos mesmos...

PS2: Os estágios curriculares não contam como relação laboral, pois fazem parte da formação curricular e são acompanhados pelas escolas/faculdades.

PS3: Sim, tenho noção que um dia desses não arranjo trabalho em Portugal com estes artigos, mas também não desejo trabalhar com empresas fraudulentas e sem ética... se promovem estes estágios são-no e não há volta a dar. Lembro que "o desconhecimento da lei não desculpabiliza o incumprimento da mesma"...

logos de setembro




Dois logos rejeitados em concursos no mês passado... tenho de investir mais tempo e tentativas, pelo menos sempre entra dinheiro enquanto não se arranja trabalho a sério.