o salário mínimo
Van Zeller, presidente da CIP diz que este ano os empresários por si representados tencionam congelar o aumento do Salário Mínimo, ao contrário do que foi acordado em concertação social, segundo o qual o valor deveria aumentar este ano 25€ para os 475€ mensais.
Embora entenda a validade da argumentação apresentada, tendo em conta que assistimos a alguma deflação, sendo que isso resulta num aumento do poder de compra mesmo congelando os salários, temos de nos lembrar que somos dos países da União Europeia com um dos mais baixos salários mínimos e médios e onde há um dois maiores fossos entre remunerações de topo e de base.
Não posso (não podemos todos) é aceitar a prepotência e arrogância de um organismo que em vez de negociar um congelamento, pedindo um esforço suplementar aos trabalhadores e alguma paciência com justificação na crise internacional aos seus parceiros sociais com quem falhará o combinado, venha dizer que "ou aceitam as nossas condições ou então despedimos trabalhadores para termos os mesmos lucros".
Aceito e concordo que os trabalhadores portugueses tenham de fazer um esforço honesto para serem mais produtivos, apesar da baixa geral de salários a que assistimos nos últimos anos (o valor do trabalho interfere com a produtividade também), mas temos de exigir que os nossos empresários e empresas também trabalhem no sentido de inovar e investir mais na criação de produtos baseados na qualidade e originalidade e não a continuação da aposta num modelo de produto de baixo custo e baixo valor, que será a médio prazo uma aposta perdida face à concorrência de países onde devido à mão de obra barata, os mesmos produtos serão sempre mais concorrenciais.
Penso que da mesma forma que se deve apostar na formação e qualificação dos trabalhadores, se deve também fazer a mesma aposta dentro da classe empresarial, manifestamente pouco preparada para os desafios do mercado global e da inovação necessária à sobrevivência nestas condições.
PS: Nem vale a pena comentar acerca da indignação de ter uma sindicalista como Ministra do Trabalho e da Solidariedade, de tal forma arrogante que parece que se esqueceram que numa democracia todos os cidadãos podem ser governantes...
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