O Conselho Nacional do PSD aprovou ontem as "linhas gerais" do que vai ser o seu programa eleitoral para governar caso o povo português lhe dê a vitória.
Já vejo uma coisa positiva neste programa, ao contrário das eleições anteriores a direita apresenta claramente a sua agenda liberal, apontando para o "estado mínimo" assente numa intenção de privatizar a torto e a direito, mas mantendo a ideia do estado de caridadezinha cristã que irá dar sempre umas migalhitas aos que ficaram sem queijo.
É importante reter desde já estas frases ditas ontem por Pedro Passos Coelho:
«Neste documento, a direção social-democrata afirma-se a favor de uma "focalização tendencial do Estado nas suas funções nucleares e de garante da coesão social" e promete uma "racionalização e adequação" dos serviços públicos "às disponibilidades inerentes à situação económica e financeira de Portugal".»Ai está o estado magrinho que os liberais tanto gostam, além do mais os serviços públicos se o país estiver em crise suspendem-se e atiram-se aos privados (sem cá golden shares ou mão do estado), queres água, electricidade, gás então é bom que tenhas dinheiro para a pagar ao preço que o mercado quiser definir (visto que estamos a falar de monopólios).
«Quanto à educação, ciência, formação profissional, cultura, desporto e saúde, o PSD compromete-se com "princípios de progressividade da liberdade de escolha dos cidadãos, da responsabilização e autonomia dos respetivos agentes e na existência de processos de regulação, fiscalização e de avaliação externa".»Também vem ai a famosa "liberdade de escolha", sendo que quem tiver dinheiro tem mais liberdade para escolher que quem não o tenha, vamos ter a saúde e a educação para quem pode pagar e depois temos a saúde e educação para os pés descalços, afinal os pobres não estão habituados a qualidade (claro que se estiverem às portas da morte os privados mandam-nos logo para o público como já fazem hoje).
Claro que numa altura de dificuldades o PSD não conseguiu não ceder ao populismo barato, prometendo usar o QREN para financiar aquilo que devem ser as contribuições para a Segurança Social dos trabalhadores e das empresas a sustentar... isto fazendo os portugueses de estúpidos pois existem quotas de finalidades para os fundos de apoio da UE.
E isto são só as linhas guias, podemos esperar ainda mais ideias felizes da parte destes senhores, principalmente para o emprego (não nos podemos esquecer da proposta de contratos temporários verbais para antecipar semelhantes presentes envenenados).
Fonte
http://clix.visao.pt/psd-aprova-linhas-gerais-do-programa-eleitoral=f596604
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