margens de lucro



Já estava quase para não escrever nada por hoje (muito trabalho para candidatar a Ophiusa ao prémio Indústrias Criativas) mas estava a planear o meu orçamento pessoal para os próximos meses e dei de caras com uma situação tão gritante, que tinha mesmo de partilhar...

Por muitas vezes me ouviram falar do Book Depository e das diferenças entre os preços desta e os preços praticados nas livrarias "portuguesas" de importação como a FNAC. Ora tendo visto no estabelecimento do Chiado da livraria mais francesa de Portugal o livro Design it Yourself da Ellen Lupton, pensei com os meus botões - Ah bom livro, vou procurar no depository que deve ser mais barato - nunca imaginei é que os 17, 49€ passassem a £7.47 (tendo em conta que a libra desvalorizou ultimamente para 1.02€ nem é preciso fazer contas do câmbio), ou seja uma diferença de 10€!

Volto a recordar que não se paga portes de envio, ao contrário do que acontece por exemplo na FNAC online (aí ainda saia mais caro) o que significa um diferença de cerca de 230%, ou seja, se a margem de lucro já está nos 7€ do depository, temos a loja nacional a sacar um lucro da ordem dos 250%!? Grande negócio!

Dimensões de mercado e especificidades à parte é impossível ter livros a preço justo em Portugal quando o intermediário coloca margens de lucro desta ordem. E o resto é conversa fiada!

Deixo-vos os links para comprovarem:
http://www.fnac.pt
http://www.bookdepository.co.uk

foi você que pediu...



Uma das prendas que a minha cara-metade me ofereceu pelo natal, uma história concisa e extremamente visual da publicidade portuguesa durante o século XX. Capa extra rija e texturada a fazer lembrar as edições de luxo dos anos 50 e no interior uma boa amostra, dividida entre os vários temas que ainda hoje, constituem os estereótipos base, largamente usados pelos publicitários menos criativos.

Os nomes sonantes mas que não fazem nenhum sentido, as noções de luxo pré-fabricadas e a mulher enquanto dona-de-casa/consumidora ou objecto de desejo que se tenta associar ao produto. Além de ser bom para nos rirmos é uma boa amostra do que não fazer se queremos fazer boa publicidade, com conteúdo e criatividade!

http://www.tintadachina.pt

PS: Felizmente que tenho a minha Si porque senão natal para mim era uma infelicidade total.

design de identidade e imagem corporativa







Quem já tem algum tempo de experiência a aturar-me, provavelmente já leu/ouviu queixas acerca da nula actividade editorial sobre design em Portugal, da qual o único exemplo que me ocorre normalmente é o batidíssimo Manual de Produção Gráfica.

Por isso mesmo quando li na newsletter do CPD acerca de um livro de nome Design de Identidade e Imagem Corporativa, o meu interesse não foi saber que ele está disponível para consulta na biblioteca, fruto da oferta do autor (cerne da notícia), mas sim, quem editou, quando, quanto custa e onde se compra!

Com interesse em divulgar o livro na Ophiusa, contactei o Daniel Raposo directamente e fico espantado não só por ter resposta 5 minutos depois, mas também devido aquilo que fiquei a saber. É uma edição do Instituto Politécnico de Castelo Branco, mais concretamente da ESART e mais, custa apenas 10€ (!) mais portes, visto que é vendido à cobrança.

Já encomendei a minha cópia e aconselho-vos a fazerem o mesmo para esart[at]esart.ipcb.pt, com o vosso nome, morada, nome do livro e número de cópias. No final ficará a cerca de 13€ o que é provavelmente o mais justo preço por um livro editado em Portugal, que já encontrei. Sobre a qualidade do mesmo só lendo mas pela imagem do interior parece-me mais do que prometedor.

Agora a melhor notícia é que o mesmo Daniel Raposo em conjunto com o seu colega Joan Costa, estão a trabalhar num projecto editorial sobre Design de Comunicação, a cargo da editora Dinalivro, que irá ter frutos em 2009. Por isso é da nossa responsabilidade assegurar que este projecto tem pernas para andar, para ver se o mercado editorial do design acorda do marasmo dos últimos anos.

traditional arts in portugal



Ontem aproveitei que estava na Gulbenkian para o Palavra de Trapos (aproveito para dizer que foi bem interessante, embora tenham havido muitos intervenientes a lerem guiões em vez de orar, excepção para alguns como o José Letria, a Alice Vieira e o Bernardo Carvalho) e dei uma olhadela na Festa do Livro deste ano.

E lá descobri uma "pequena" relíquia, de nome Artes Tradicionais Portuguesas, referente a uma exposição da Gulbenkian em Jacarta, que com preço de capa de 30€ acaba por custar apenas 15€ durante a feira. Neste momento já só há em inglês e indonésio (os 2 juntos), mas o que mais me cativou foi a dimensão das fotografias e a sua qualidade. Um óptimo achado para um designer e ilustrador poder estudar os vários trajes nacionais, a ourivesaria de Viana, os tapetes de arraiolos, os bordados, as rendas... haverá outros livros melhores (sem serem "catálogos") mas a este preço?

Depois como soube que podia ir buscar o meu pagamento à Impresa quando quisesse, aproveitei para comprar a História do Anarquismo na papelaria da estação de Entrecampos. Por isso foi chegar a casa e acabar de reler a Tragédia da Rua das Flores para começar a ler o que o senhor Proposiet tem a contar sobre o anarquia...

Pena só a Si estar a pensar dar-me o referido no natal mas já dei outras alternativas. :P

Mais sobre o Traditional Arts in Portugal:
http://www.biblartepac.gulbenkian.pt

PS: Agora só falta arranjar um bom livro sobre o Sebastião Rodrigues para saciar as minhas necessidades de enriquecimento cultural prementes.

palavras de trapos



Vou estar nos próximos dois dias na Gulbenkian a assistir à conferência sobre ilustração infantil. Digam qualquer coisa se aparecerem por lá ;)

Mais informações:
http://www.gulbenkian.pt/index.php?section=54&artId=1269

sol + água = energia








Duas infografias que elaborei para a Visão LINK, que explicam o conceito de fotosíntese artificial.

Mais pormenores:
http://www.behance.net/Gallery/Sun--Water--Fuel/157779

mais descansado

Depois de 28 horas a trabalhar para fechar a edição da Visão Link e de 18 a dormir de seguida, sinto-me mais descansado, mas pronto, continuo sem saber se vou trabalhar ma próxima semana apesar de "ainda se ir saber".

Seja como for tive tempo para fazer 28 páginas, sendo que tive a excelente oportunidade de fazer 3 spreads com duas infografias que planeie e executei já com a paginação em mente, o que significa que 6 páginas saíram exactamente como queria, sendo eu o único responsável caso elas não prestem! LOL

Seja como for, duas infografias/ilustrações em 10 ou 12 horas é um novo recorde pessoal :D

Ainda vou considerar se espero pela saída da revista para mostrá-las ou não...

PS: E ainda gostava de ver se até amanhã faço uma ilustração para o passatempo do worshop da restart :p

precariado

Bem, pelos vistos há o interesse em continuar a trabalhar na Visão de vez em quando, quando for preciso :P

Ganhar mal é mentira mas além de não ter estabilidade financeira por não ser certo que vá trabalhar no mês seguinte, junto-me ao precariado que vai preenchendo recibos verdes com a sorte de ter isenção de Segurança Social durante mais uns tempos e de não pagar IRS por não ter vencimentos que cheguem. Mas por outro lado, subsidio de desemprego é mentira, estar doente nem pensar e felizmente não tenho nem necessidade nem pretensões de pedir qualquer empréstimo nos próximos ano, porque certamente não mo concederiam.

Apesar de tudo ainda tenho alguma sorte de puder sair de casa nos próximos meses sem ter que pagar renda ou o dito empréstimo, que me vão permitir aguentar durante uns tempos e pronto, é tentar arranjar clientes como freelancer para colmatar. Claro, o que precisava e parece-me que à semelhança de milhares de recém-licenciados, merecia era um trabalho full-time que desse para começar a ser parte da sociedade, sem termos de ser uns párias sem direitos durante mais alguns anos...

PS: Mais um desabafo choradinho para juntar à lista...

PS2: E também resta dizer que prefiro trabalhar só de vez em quando e ganhar razoavelmente, a ser explorado só para ter a certeza que ganho dinheiro todos os meses :P

artivist 2008

Depois da experiência do ano passado e felizmente ignorando a afluência mediana que houve nos 2 dias de mini-festival, o Artivist está de volta a Lisboa para uma edição completa.

Assim entre 4 e 7 de Dezembro irão decorrer várias sessões com diferentes documentários, divididas entre a FNAC do Chiado (gratuito) e o Fórum Lisboa (a 2€ por dia). Abaixo estão os trailers do documentário "Pega de Caras" sobre a tauromaquia em Portugal e o "Meat the Truth", sobre o contributo da pecuária para fins alimentares em relação às actuais alterações climáticas.





Para verem mais trailers e saberem a programação completa visitem o blog, http://artivist.blogs.sapo.pt

Podem também ler o meu post sobre a edição-piloto de 2007.

Recomendo mais que vivamente que vão a pelo menos um dos dias ;)