um certo livro de design



A pedido de várias famílias (pronto, de 2 ou 3 pessoas), aviso a recepção do livro Design de Identidade e Imagem Corporativa, mais de um mês depois de o ter pedido (como diz o povo, mais vale tarde que nunca) e passo a dar a minha modesta opinião preliminar (ainda não o pude ler com a profundidade que merece).

Antes de mais e mal vi o pacote, frustrei logo a minha impressão pré-concebida do livro, mas no sentido que pensava tratar-se de um formato próximo do A5 e afinal sai-me um livro bem grandinho, que me recordou logo dos manuais escolares. Quando o abri a paginação também confirmou essa imagem, mas não pensem que estou a frisar isto pela negativa!

Não, este livro é de facto um verdadeiro manual de branding e imagem gráfica, com informação de nível académico/científico bastante útil (senão mesmo obrigatória) a qualquer designer. Começa por definir-se claramente o que é uma marca e uma identidade gráfica, com direito a uma história da imagem gráfica com atenção ao caso português e não a uma história genérica universal e acaba-se com uma análise aprofundada de temas relacionadas com a criação e gestão de marcas.

E graças ao formato avantajado, a grande variedade de imagens, ilustrações e gráficos, também adquire uma dimensão na qual as podemos apreciar sem esforço na vista.

Conclusão, correspondeu e até superou as expectativas que tinha em relação ao mesmo. Parabéns ao Daniel Raposo e espero que os próximos projectos sejam ainda melhores.

Mais informações sobre o livro:
http://emoglobina.blogspot.com/2008/12/design-de-identidade-e-imagem-grfica.html

bookworms



Já acompanhava o Bookworms há algumas semanas no Twitter mas por alguma razão estranha pensava que era apenas um blogue dedicado à literatura... erro meu, porque afinal é uma rede social de apreciadores de leitura!

A mecânica é simples, registas-te e a partir dai podes criar a tua própria colecção de livros que tenhas em casa, ou a tua wishlist, tudo através de busca no Wook ou nas Amazon, ficando a tua colecção enfeitada de imagens de capas e links de compra para qualquer um poder facilmente adquirir a mesma edição.

Para mim é uma ideia muito útil, sendo que já tenho quase a minha colecção completa no site (faltam alguns livros que já estão encaixotados para a mudança de casa). A wishlist é que não uso tanto porque já tenho a lista no Book Depository (que sugeri que incluíssem, claro). Agora falta esperar por um widget engraçado para pôr no blogue :D

Podem cuscar a minha literatura aqui:
http://bookworms.sapo.pt/mycollection/menosketiago

PS: Bookworms = traças dos livros

folie à deux



Foi com alguma expectativa que esperei o novo álbum do Fall Out Boy, depois de com o primeiro single perceber que iam abandonar as invenções de um produtor de hip hop a gravar uma banda emo. Este Folie à Deux não é um regresso da banda ao emo punk mais rasgadinho mas sim uma mistura entre a sincopagem que sempre os marcou e rifs de guitarra mais típicos do rock à la AC DC e C&A.

As letras não deixam qualquer margem para dúvidas para quem ainda ache que os FOB são uma banda"pop", são letras emo e acontece o estilo estar relativamente na moda nesta altura, de resto quando a moda passar o estilo continua para quem realmente gosta. Desde "I don't care what you think as long as it's about me" na faixa I Don't Care, a "You can only blame your problems on the world for so long, before all becomes the same old song" em The (Shipped) Gold Standard ou "If home is where you heart is then we're all just fucked... and I want it so bad I shoot the sunshine into my veins" em 27, as letras são mesmo o melhor desta folia, onde fazem falta aquele ritmo mais punk como em Tell that Mick He Just Made My Things to Do List Today do Take This to Your Grave ou Sugar We're Going Down do From Under the Corck Tree.

Mas saudosismos aparte é um regresso deles aos álbuns que dá vontade de ouvir vezes sem conta...


investimento sem retorno

Tenho, nos últimos dias, tentado colocar a problemática do desemprego de jovens recém-licenciados num prisma economicista.

Apesar de não ter a certeza da correcção dos números, em 2005 a média de investimento anual com um aluno do ensino superior foi de 6.217€, o que significa que para uma licenciatura de 5 anos os contribuintes portugueses investiram 31.085€ por cada licenciado (fora o dinheiro que o próprio ou família investiram no pagamento de propinas, livros e materiais de estudo/trabalho).

Se tivermos em conta que actualmente existem mais do que 46.000 recém-licenciados no desemprego, isto significa que os portugueses investiram cerca de 1.429.910.000€ (quase mil e quinhentos milhões de euros!), que neste momento estão a ser deitados ao lixo, porque não se aproveita as qualificações destes indivíduos para aumentar proporcionalmente a geração de riqueza da nossa economia, o avanço científico e o progresso a todos os níveis de Portugal.

Não me interessa neste prisma causas e soluções do problema, qualquer pessoa de bom senso consegue perceber que é demasiado investimento para colocar estas pessoas em call-centers, caixas de supermercado e outros empregos, úteis e sem dúvida tão nobres como qualquer outro, mas não qualificados... Mesmo do ponto de vista do capitalista liberal esta situação não é justificável!

logos Impresa



Como já tinha referido sucintamente, desta vez, chamaram-me para fazer os logotipos dos novos núcleos da Impresa Publishing, a Medipresse que tem a cargo tudo o que é relativo a revistas, desde a Visão, Exame, Turbo, etc... e a Sojornal que controla o Expresso, JL e outros jornais do grupo. A ideia era manter o grafismo da "marca-mãe" com o mesmo lettering e a mesma lógica, por isso, não pude inventar por ai além... e também na prática foi trabalho de um dia só, porque na segunda à noite já teria de ter as propostas feitas.




O ideal mesmo era que contratassem uma boa agência como a Ivity ou a Brandia , que criasse um branding corporativo completo, quer a nível do design como a nível de marketing, tendo em conta os vários conceitos de comunicação que uma marca tem de ter em conta para interagir com clientes e consumidores. Neste caso ainda mais premente por ser uma marca que trabalha no sector da comunicação.




Como bónus ficam algumas variantes que ficaram na gaveta... agora é acabar duas embalagens para novos produtos da midzu® e ver se saio do marasmo e auto-comiseração de estar desempregado, para voltar a fazer trabalhos pessoais e puxar pelos meus galões técnicos, que estão a enferrujar.

frio mental

Nah, nem por isso! Estou quase a terminar o meu site novo, depois de meses a testar e escrever e apagar código CSS e layouts de Illustrator, depois de muita hora a aprender novas técnicas, muita dor de cabeça com o lightwindow que vai permitir-me mostrar também vídeo além de imagens (só é pena o conflito que faz com flash na página de onde foi lançado mas hei de descobrir a cura).

Podem dar uma vista de olhos em:
http://www.menosketiago.com/test/default-start-page.html
(ainda está muito por fazer...)

Felizmente tenho trabalho para fazer freelance e já fui chamado de novo à Visão, desta vez só durante dois dias. O que me leva a perguntar, "se consigo trabalhar a todo o gás sem ter de passar por períodos de aprendizagem nas empresas, tanto que sou sempre chamado novamente a todos os sítios de onde passei, porque é que raio é que para trabalhar full-time já não presto?". Realmente dá jeito terem os meus serviços sem pensarem que me dava jeito poder ser parte da sociedade todos os dias do ano...

Devo ser arraçado de betume, porque só me chamam para tapar os buracos! LOL

Estou cansado de sindicatos e professores, do zé povinho que acha que o estado é a mamã e o papá, cansado da irresponsabilidade social das nossas empresas e acima de tudo algo intrigado em saber se é aquilo que eu e outras dezenas de jovens licenciados fazem na sua "Impresa", que o senhor Pinto Balsemão acha que vai mudar a nossa "visão do meio empresarial português" como ficou bem dizer em discurso, há uns meses atrás.

PS: Não estou propriamente a morder a mão que alimenta, não acho injusta a observação e não tenho outras razões de queixa...

Nota póstuma ao post

Desta vez foi mesmo para fazer um trabalhinho freelance que trouxe para casa! Assim já gosto mais :D

fábrico próprio



Fábrico Próprio é o resultado do projecto de investigação sobre o design da pastelaria portuguesa, desenvolvido pelos Pedrita, uma dupla de designers industriais que tem dado que falar no meio.

O livro além de apresentar uma vasta lista dos vários tipos de bolo que se produzem em Portugal - sempre com uma fotografia típica do design de produto - aborda também a "diáspora" da pastelaria nacional e ainda se debruça por alguns dos estabelecimentos de pastelaria mais antigos ou mais conceituados em várias zonas do país.

Podem aproveitar os "saldos" na loja online do projecto e comprar o livro a 25€ sem portes de envio para todo o país. Duram até 28 de Fevereiro, data na qual vão deixar de o vender para me homenagear o dia de nascimento! LOL (isto não é verdade, hein!)

Mais uma das prendas de natal que o meu amor me deu :D

Mais informações em:
http://www.fabricoproprio.net

logos APEA







Como já fiquei a saber que não sou um dos 8 finalistas que irão a votações na próxima assembleia-geral da associação, aproveito para mostrar as propostas que enviei para o concurso.

Já têm alguns meses em cima...

o mistério do mistério da estrada de sintra



Sendo um fã de linha dura de Eça de Queirós (de tal modo que tenho pela primeira vez desejo de ver um filme do Manuel de Oliveira, graças ao facto de este ser uma adaptação do Singularidades de Uma Rapariga Loira) desde que ouvi falar no filme O Mistério da Estrada de Sintra, que fiquei logo em pulgas para o ver. Sendo um filme português e não tendo tantas hipóteses de ir ao cinema como gostaria acabei por falhar a experiência de sala mas com o dinheiro no natal no bolso e o DVD por apenas 15€ na FNAC não consegui resistir.

O filme realizado por Jorge Paixão Costa, não é uma simples adaptação do livro mas uma ficção sobre a verdadeira história que inspirou o mesmo, misturando as cenas do folhetim com um enredo em que se acompanha o processo de escrita do mistério e o desenrolar do verdadeiro mistério. O Ivo Canelas interpreta de uma forma fantástica um Eça de Queirós credível, um homem orgulhoso, obstinado e ligeiramente obsessivo compulsivo, a quem o Ramalho de António Pedro Cerdeira consegue conferir algum juízo e propósito, o suficiente para que Eça viesse a escrever, para mim, os melhores romances do realismo que existem, sem cair num fatalismo que eventualmente caracterizaria a geração dos Vencidos da Vida.

A mim a personagem diz-me muito, porque sempre senti alguma familiaridade com a maneira de pensar e ser do Eça e esta interpretação está muito próxima da ideia que sempre tive. Eventualmente algumas pessoas que me conhecem melhor ao verem o filme vão rir-se com a semelhança na fleuma com que também eu reajo à crítica...

É de destacar o excelente trabalho de direcção fotográfica e musical acima do habitual no cinema nacional e os pormenores bem conseguidos de recriação dos ambientes e das roupas novecentistas. É obra filmar na Lisboa de hoje e no ecrã sermos transportados para o século anterior sem qualquer cepticismo.

Só ao nível do design associado ao filme é que fico algo desiludido, não porque seja muito mau, mas porque um filme tão bom merecia um design ao mesmo nível, a começar pelo próprio cartaz e a acabar nos menus do DVD em que a escolha tipográfica é como diria o Eça - Fraquinha, fraquinha... - até um designer imberbe como eu conseguiria esmiuçar melhor, até porque há no filme uma grande qualidade a nível de trabalho caligráfico e as fotos usadas são óptimas.

Mais no site oficial:
http://www.filmesfundo.com/omisteriodaestradadesintra

PS: Se eu conseguísse apanhar um Ramalho para me pôr a fazer uma série de designs que já imaginei para ilustrar alguns livros do Eça... é que na cabeça já está há uns meses, falta a prática que é onde nós falhamos sempre...